Aetate nostra

Alea jacta est

terça-feira, setembro 23, 2008

Cultura em Faro


Sim, é um facto que cá com os meus botões acho sempre que em Faro não se passa nada, que não há nada, que não há teatros, que não há peças, etc, etc, mas não é bem verdade, deve ser apenas uma daquelas desculpas que arranjamos para não nos sentirmos mal connosco mesmo por não aproveitar o que nos é oferecido...


Então cá temos no Teatro Lethes, que fica aqui ao lado, a estrear amanhã, o "Lethes Jazz" com a participação de Bibádoá, “Kaleidoscopio” (Miguel Martins, Carlos Barreto e José Salgueiro), a 17 de Outubro e da cantora Maria Viana (Maria Viana, Zé Eduardo e Paulo Gomes), dia 28 de Novembro.


Serão € 10,00 bem empregues!

Etiquetas: , , ,

De volta

Bem, de facto não me resta qualquer pingo de decência em falar mal da ausência do toque feminino, pois que o meu toque, (bem masculino diga-se de passagem lol) também não se anda a portar muito bem, sempre com a desculpa do trabalho, da falta de tempo, da ausência de inspiração, e tanto mais que não nos dá espaço para manobra... mas enfim, cá tou eu de volta, e espero que para ficar, pelo menos por uns tempos!

Etiquetas:

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Um Toque feminino... onde???


Ora pois é...

Pensava eu que podia estar descansado com este meu forçado retiro espiritual, porque a Mui Ilustre Teresa Caeiro iria nos presentear com as suas doutas palavras, quando o que nos deixou foi apenas o seu terno e imperante SILÊNCIO!!! É que nem um olá, nem um já volto... nada de nada, a pura indiferença de quem não liga a qualquer coisa que não posso estar em saldos!

Ah pois é! e ainda dizem prái que podemos confiar nas mulheres... hum... ora sobre essa fantástica matéria, encontrei na net um texto que não poderia deixar de partilhar convosco!

A razão para as mulheres ocuparem posição inferior ao homem vem racionalmente explicitada através de Novaes. Segundo ele, Deus fez o homem e a mulher iguais, os dois eram chamados pelos animais e plantas do paraíso de Bicho-Homem, para não haver diferenciação. Mas logo Deus descobriu que não podia confiar nas mulheres e os diferenciou: fez com que crescesse barba no homem e desprezou a mulher: "E a mulher, com o desgosto começou a engordar e a ficar feia: gorda e abandalhada! Deus não lhe dera importância, Deus gostava mais do homem do que dela. E a mulher começou a engordar com o desgosto. O homem, a princípio, teve pena dela, mas depois, começou a pensar que, por causa da mulher é que tinha barba e era como os animais. E então, por cada carícia que fazia à mulher, dava-lhe um desgosto a seguir: batia-lhe, dizia-lhe más palavras, atirava-lhe coisas e mordia-a. E o mundo é assim, desde então." (216) in Perdidas Marias num mundo de Joões – Uma obra de Fernanda Botelho

Não sei quem é este Novais, mas que cá entre nós era um grande maluco, ah isso era! Mas se assim o fosse, tal como ele diz, ora isso resolvia-nos muitos problemas, desencadeados de grandes discussões entre casados,

Senão veja-se:

Mulher: Querido, estou Gorda?
Homem: Pergunta a Deus que a culpa é dele!
Mulher: Querido, achas-me feia?

Homem: Deixa lá isso, Deus é que te fez assim...

Mulher: Querido, dá-me dinheiro para comprar umas calsas que estas já não me servem!

Homem: Pede a Deus, porque se engordas-te a culpa não foi minha!


E assim poderíamos continuar... :)

Ok, confesso que não teve piada... mas agora que aparentemente estou de volta não podia perder esta oportunidade de picar a nossa Tereza... hehehe

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Um toque feminino

Como tudo na vida tem o seu toque feminino, eis que o Aetate nostra, rumo ao Ano 2008, conta com a contribuição de uma Grande Mulher, nestes desabafos do dia a dia!

Ok, eu confesso! preciso mesmo de ajuda que o tempo está escasso! sou um escravo do trabalho! hehehe

Bem vinda Tereza!

Beijinhos!!!

sábado, dezembro 29, 2007


O homem selvagem, que se crê dominador na hierarquia animal, cruel habitante da floresta social, que apura a inteligência, através da força e da astúcia, na escravização de outros seres inferiores que se lhe avizinham da caverna do destino, despido e abandonado se sente como um menino aterrado, que, perante o arrojado desconhecido daquela que sempre vem, permanece então, tímido, ao pé dos seus que lhe resta, em cuja companhia passa a viver, na confusão dos próprios sentidos, ansioso pelo saber do desconhecido, pela crença, que mesmo tremida, se agarra, pela lágrima que em tristeza deixa cair.

sábado, dezembro 15, 2007

Citação da Semana

A Velocidade do Tempo é Infinita

A velocidade do tempo é infinita, e só quando olhamos para o passado, é que temos consciência disso. O tempo ilude quem se aplica ao momento presente, de tal modo é insensível a passagem do seu curso vertiginoso. Queres saber porquê? Porque todo o tempo passado se acumula num mesmo lugar; todo o passado é contemplado em bloco, forma uma totalidade; todo ele se precipita no mesmo abismo. De resto, não é possível delimitar grandes intervalos nesta nossa vida tão breve. A existência humana é um ponto, é menos que um ponto. Só por troça é que a natureza deu a tão diminuta existência a aparência de uma grande duração, dividindo-a em infância, em adolescência, em juventude, em período de transição da juventude à velhice, finalmente em velhice. Tantos períodos num tão exíguo espaço de tempo!

Séneca, in 'Cartas a Lucílio'

Etiquetas:

Ausência




Depois de uma ausência forçada e imposta por mim mesmo, cá estamos de volta!
Há coisas assim, de vez em quando precisamos desligar a ficha!

quinta-feira, outubro 11, 2007


Li há pouco tempo um pequeno artigo que convidava as pessoas a deixarem o seu veredicto quanto à "vida e obra" do conhecido Che Guevara, e não pude deixar de achar interessante as diversas opiniões que se formavam... para uns um heroi, para outros um sanguinario, e no meio de tantos elogios e criticas penso que ninguém se lembrou do que estava em causa.


Ora antes de deixar aqui o meu veredicto, deixo-vos o artigo:

Na sua opinião Che Guevara foi uma influência positiva ou negativa?

A morte de Ernesto Che Guevara, o médico argentino que deixou a profissão para aderir à guerrilha e tornou-se símbolo da luta contra a influência americana na América do Sul, completou 40 anos.

Depois de lutar ao lado de Fidel Castro na consolidação da revolução cubana, Guevara foi ministro em Cuba, mas resolveu deixar o gabinete para treinar guerrilheiros na África e na América do Sul.

Em 1967, Che Guevara foi morto no interior da Bolívia, depois de perseguição intensa.

Desde então, a figura de Che Guevara desperta idolatria e ódio.

Para muitos, Che era um defensor dos menos favorecidos, um símbolo da resistência à expansão da influência dos Estados Unidos no mundo.

Mas outros afirmam que, ao optar pela luta armada, Guevara incitou violência e acabou transformando-se num fora-da-lei.

Ele também é acusado de ter sido radical, arrogante e cruel com seus adversários. E seus ideais revolucionários já foram considerados fascistas e ultrapassados.

E você, como vê a influência de Che Guevara nas gerações que se seguiram ao líder revolucionário? Envie sua opinião.

Alguns dos comentários enviados serão utilizados no programa Panorama BBC que vai ao ar no domingo, às 13h00, pela rede CBN. Um especialista em América Latina vai analisar a actuação e o legado de Che Guevara.


In Forum do site da BBC

Bem, ficou levemente espelhado neste pequeno excerto a vida de um homem que independetemente do que se possa dizer marcou um povo.

Pouco sei sobre a vida deste senhor, para além dos contos que se dizem e das histórias que se contam, certo que os amantes idolatram-nos com as suas palavras da mesma forma que os restantes pintam um quadro bem diferente com as suas criticas.

Não sei se o que ele fez, foi o que devia fazer, se não havia outra saída, outro meio, muito menos sei se havendo outra forma ele a teria escolhido.

Não sei se os seus ideais justificam tamanhos actos de terror. Não sei se o mesmo foi impelido a esta guerra que tomou como sua e deixando de lado a riqueza e o bem estar preferiu uma vida de guerra e sangue.

Mas o que se perde entre os elogios e as criticas que vi formuladas é o verdadeiro sentido que se encontra por detrás da batalha… vidas… vidas de inocentes, ou até de culpados, mas mesmo assim vidas humanas.

O que difere este homem do Rei Afonso Henriques que expulsou de forma violente os mouros de Portugal, ou do Bin Laden, que de forma atroz derrubou as torres gémeas!

Cá para mim se os mouros fossem o problema do Che, ele não hesitava em correr com eles, dá mesma forma que acredito que se tivesse os meios, lá se iam as torres gémeas…

O desrespeito pela vida humana é latente em todos os guerreiros e heróis, pois de sangue se vestiram as ruas após as sua “revolução”.

Ter ídolos deste tipo só fundamentam o ódio e a revolta no Homem…

Os tempos evoluem mas os instintos animalescos do ser humano estão latentes no correr dos dias, e tudo se funde num único principio… a luta pelo poder, a ambição… a qualquer custo…

É fácil ser herói lutando por um ideal, se esquecermos os meios que essa luta requer…

Será que todos os meios justificam os respectivos fins?

Etiquetas: , , , ,

segunda-feira, outubro 08, 2007

Central de Reclamações das Finanças


Nem tudo são más notícias!

E ao que parece o Governo realmente viu que fazia falta um serviço especializado para receber queixas das repartições de finanças!

Claro que mais importante do que encontrar os meios para evitar as referidas queixas é mesmo arranjar um serviço especializado para recebe-las!

Não censuro a medida... mas tiro as minhas conclusões... é que pelos visto vão continuar a haver os estatísticas 50 mil razões para fazermos queixa dos serviços...

Noticia in Portal do Cidadão.

Etiquetas:

Uma Visão...

Pouco ou nada sei, e pouco ou nada quero saber

Um visão de um burro a olhar para um palácio chamado politica.


Vivemos numa era aplaudida como democrática, à sombra de princípios tidos como justos e essenciais que na realidade se fundem única e exclusivamente com aparências.

Certo é que a aparência não é mais que uma forma de ocultar a realidade, e pelo pouco conhecimento que tenho, admito, mas pelo muito conhecimento de que sou rodeado, encontro poucos amigos que possam negar que em Portugal existe uma real crise de representação partidária, representação partidária esta que devia ser uma manifestação da nossa amada democracia.

Encontro-me hoje numa verdadeira encruzilhada, olho e volto a olhar sem que em nada veja uma luz ao fundo do túnel, ou antes uma realidade para além das muitas aparências que nos vendem, digno de uma verdadeira campanha de televendas das quatro da manhã e na televisão generalista.

Estamos em crise! Ou melhor estamos aparentemente em crise, e não serão estas aparências de crise simplesmente aparências?

Creio que há pois um indício subjacente a tudo isto que é de facto revelador, pois envolto nesta extrema aparência revela-se uma crise bem mais problemática, com razão de ser muito mais grave, do que aparentemente a olhos nus podemos avistar.

Ora, por um lado, vemos a confusão que envolve a liderança da proclamada “Direita partidária”, por outro delicada exuberância e unidade da “Esquerda”, e ponho-me eu a pensar, (eu que disto não percebo mesmo nada, repito) não serão estas ditames e reviravoltas apenas mais uma faceta descarada da medonha crise que toda, sem excepção, representação política esta a viver no presente momento, no nosso país?

É que realmente, volto a realçar, eu não percebo nada disto mesmo, mas se pudéssemos vira a mesa ao contrário, e os líderes governamentais passassem a representar a oposição e vice-versa, não teríamos somente uma troca de papéis? Em que as aparências nos poderiam indicar qualquer coisa diferente mas no fundo iria dar tudo ao mesmo?

Estou confuso… as classes partidárias, com raízes ideológicas e doutrinárias não deveriam revelar-se por pilares, muito peculiares, de estar, de representar a sociedade, o seu desenvolvimento a sua actuação entre outros?

Há pois, dizem por aí, duas faces, atrevo-me a dizer, da mesma moeda política partidária que distingue dois metais fortes incapazes de se fundir, mas que seriam perfeitamente moldáveis pelo mesmo elemento, o fogo da democracia. E “empinada” a moeda, diríamos que de um lado se vê a esquerda e do outro a direita. Tendo cada uma dessas faces detalhes e moldagens várias e próprias, enquadrando-se num verdadeiro azulejo de várias esquerdas e direitas.

E dizem também por ai que alegadamente as esquerdas apelam a uma realidade social mais igualitária, todos por um e um por todos, onde o poder e o direito é uma condição subjacente a qualquer cidadão, e as direitas defenderiam uma sociedade um tanto desigual, dar o poder a quem sabe trabalha-lo e os restantes receberiam em troca maior poder económico e politico, mas que perfeitamente se revê o principio de um por todos e todos por um, então, se assim o é fará sentido ainda distinguir os conceitos de esquerda e de direita?

Ah, para adensar as coisas nas saias destes conceitos temos ainda os latentes arquétipos opostos de sociedade, de fazer política e de nos presentear caminhos alternativos, os partidos mais pequenos.

E no meio desta salada russa toda os novos problemas e dificuldades não serão os mesmos mas com aparências diferentes?

Veja-se a injusta distribuição do poder e da riqueza, será que desapareceu ou apenas mudou de nome, e a vislumbramos na exploração do trabalho pelo capital? A industrialização do trabalho adensa-se e o consequente desemprego que aumenta. A sociedade instável e bipartida. As classes médias que se entregam irremediavelmente ao extermínio. Um selecto grupo de ricos e poderosos reúne-se em torno da Távola redonda do rei Artur, enquanto a plebe sobrevive cada vez com mais dificuldades e com menos direitos.

Perante a realidade que se vive digna dos tempos medievais será ainda certo falar-se em esquerda e direita? Ou na existência das mais variadas organizações partidárias, que se vêm hoje desprovidas de qualquer acerto ideológico ou doutrinário?

Vivemos integrados na Europa, numa Europa onde uma Alemanha é dirigida pelo grupo de partidos rivais que se uniram, e resta ao povo escolher o seu “Líder”. A França viu nos últimos anos o seu sistema partidário desmoronar e encontra-se numa fase de reedificação. A Itália, mais coisa, menos coisa, vai pelo mesmo caminho. Na Inglaterra, viva à confusão, desde os trabalhistas que põem de parte o “trabalhismo” e os conservadores que já não querem ser conservadores

E Nós?

Vivemos agarrados a uma época que só devia existir nos livros escolares. Temos um sistema completamente desadequado das nossas necessidades.

Os partidos políticos… bem, isso parece mesmo uma historia do tempo dos nossos avós… pois são antigos e antiquados, gastos, sem princípios nem ideais, mais parecem uma instituição publica.

O PS e o PSD, faz-me lembrar aqueles jogos das diferenças, do género: “Olhe lá para estes dois desenhos iguais e descubra as sete diferenças…” é difícil… mas acabamos por chegar lá… pequenos detalhes, mas estão lá!

Os restantes partidos, que não tem acento no banco do poder, o PCP e o Bloco de Esquerda, não chegam a ser mais do que uma ligeira manifestação de protesto. O primeiro assemelha-se a um sindicato, como uma ou outra manifestação pelas ruas, e o segundo cai no puro dramatismo, e mais parece uma irmandade.

Enfim…

Limito-me a não entender nada disto…

Mas mesmo um verdadeiro desentendido deixo aqui uma ideia… e que tal sermos um tanto mais radical e aderirmos à reciclagem? Agarrar nestes partidos todos, que querem exactamente o mesmo, e puff, fazer-se chocapick! E lá dar vida a uma realidade capaz de implementar uma política digna de se chamar democrata e dar vida a este país!

Será assim tão difícil ter ideias novas? Então e se se juntarem? Não há por aí um ditado que diz que uma cabeça pensa melhor que duas? Então quando mais cabeças melhor!

Portugal necessita de ser o tema central da nossa discussão politica! Não há remendo que lhe valha, esta na altura de matar o mal pela raiz e não se limitar a fazer pequenas reformas que só contêm o problema temporariamente. Precisamos de pensar português, e não em nós próprios. Aos senhores políticos, deixo aqui um pedido, de quem nada percebe de politica, sejam mais nacionalistas do que individualistas, guardem as vossas crises pessoais e partidárias no fundo da gaveta, e foquem-se no que realmente importa, que é levar o nosso país ao século XXI.

Etiquetas: , ,

sexta-feira, outubro 05, 2007

Citação da Semana

Existência, Corpo e Costumes, Como Eixos do Gosto

Na nossa actual maneira de ser, a nossa alma aprecia três tipos de prazer: aqueles que ela retira do próprio fundo da sua existência; outros que resultam da sua união com o corpo; e por fim, outros que radicam nos costumes e preconceitos que certas instituições, certos usos e certos hábitos lhe levam a apreciar.
São esses diferentes prazeres da nossa alma que constituem os objectos do gosto, como o belo, o bom, o agradável, o cândido, o delicado, o terno, o gracioso, o não sei o quê, o nobre, o grande, o sublime, o majestoso, etc. Por exemplo, quando sentimos prazer ao ver uma coisa que possui uma utilidade para nós, dizemos que ela é boa; quando sentimos prazer ao vê-la, sem dela abstrairmos uma utilidade manifesta, chamamo-la bela.

Baron de Montesquieu, in "Ensaio Sobre o Gosto"

Etiquetas: ,

Fotografia da Semana

Fotografia de: Carolyn Cole
"FEW COMFORTS: Ester Burges, 6, Sarrah Barbar, 7, and Sabay Ndebe, 5, bathe from a bucket of cold water at the Hannah B. Williams center. the number of orphans in war-devastated Liberia now tops 10,000, officials say."

Etiquetas:

quinta-feira, setembro 27, 2007

Ser "puta" fina

É tido como cientificamente provado que todos o Homem tem um sentido mais apurado que outro. Uns são os visuais, em que não lhe escapa nada à vista, outros auditivos, dai que se diga por vezes que as paredes têm ouvidos, outros o paladar, e os últimos o cheiro.

Muitos de nós conseguem facilmente identificar qual o sentido que nos sobressai. Eu ainda estou na dúvida, se há dias em que penso que é a visão, porque por vezes reparo em pormenores que nem lembra ao diabo, por outros é a audição...

Tudo isto para explicar, que não foi por falta de educação, nem por querer meter-me na vida alheia... Alias eu só estava a tomar o pequeno almoço, e sem intenção quando dei por mim era como se estivesse sentado na mesa do lado... e todos temos que concordar, que há coisas que se dizem que nos chamam logo à atenção!

Ora estava eu bem sossegadinho, a ler o meu jornal, no meu cantinho do costume no café quando, duas senhoras, muito distintas, muito finas, muito aparentemente educadas, mantinham uma conversa deverás interessante, onde a palavra "puta fina", surgia com um fluir inqualificável.

Foi aí que resolvi aceitar o convite indirecto para assistir a semelhante debate! Pois se não quisessem que ninguém ouvisse, teriam arranjando um sitio diferente ou moderado o tom de voz.

E assim, falando de uma terceira ausente, diziam as ditas senhoras: "aquilo? aquilo sim! é como as antigas, puta, mas puta fina!" rematava a outra: "Os que escolhe são os endinheirados. Parva não é de todo."

Cada vez mais interessante a conversa: "Agora anda com um construtor, paga-lhe a renda casa, leva-a a passear, e é só presentes do bom e do melhor, das melhores marcas!" indignada a amiga respondia: "E veja lá, que há tempos atrás nem para comer tinha!".

Não deixei de notar um pouco de inveja na conversa, mas continuavam assíduas e imparáveis: "Não tarda muito arranca-lhe uma casa!", "Então não vê que é isso mesmo que ela quer? O outro foi o carro, mas deu-se mal que quando ele se foi embora levou-o com ele!" E entre risinhos e piadas à conta da dita "amiga" lá se iam divertindo.

Queria poder ter gravado, mas muitas das coisas, que também a mim me fizeram sorrir tais como, "Qualquer dia não consegue andar na rua...", "O próximo será um vendedor de carros", "Vendesse por bem caro!" entre outras...

E como se já não bastasse o divertimento absurdo à conta da pobre amiga, não é que se dá o auge, o clímax da coisa! E Eis que nos chega a dita amiga! Claro está que a conversa mudou por completo, e entre banalidades e trivialidades, trocaram risos e segredos... Ora e onde se aplica o ditado: "Diz-me com quem andas e te direi quem és"?

O que de verás me fez pensar, e olhando para a dita senhora, que de todo não aparentava ser aquilo que faziam dela, foi o questão da prostituição.

Fez-me recordar os tempos académicos, em que como membro da AE, estive na organização de um conferência sobre o tema "Prostituição - a escravatura do sec. XXI" uma abordagem social e jurídica. Onde tive o prazer de conhecer a Dra. Inês Fontinha, Directora da Associação Ninho, a quem deixo os meus sinceros parabéns pela nomeação para o Prémio Nobel da paz em 2005 (Noticia no DN Online: Inês Fontinha está numa lista de candidatos ao Nobel da Paz), e com quem troquei algumas impressões.

Diz-se por ai que há dois tipos de prostituição, a de rua, e a de luxo. Ora talvez fosse mais correcto considerar três tipos.

A prostituição de rua, talvez a mais dolorosa pois é clara a situação social precária, a necessidade do dinheiro a qualquer custo, e por vezes para alimentar um vicio infame e incontrolável. Mulheres e homens movidos pelo desespero e pela falta de saída que entregam o corpo em troca de uns tostões.

A prostituição tida como de luxo, onde senhoras ou senhores vendem de forma sumptuosa e elegante, a preços por hora que arrasam qualquer ordenado mínimo nacional exactamente o que os outros.

E uma mais, aquela que é denominada por caça ao marido rico! Pois não é o mesmo? O que se troca não é igualmente os favores sexuais em troca de uma vida melhor do que a que se tem? Se uma senhora procura quem a "alimente" e para isso recorre a jogos de sedução, em que pelo menos da sua parte não se encontra qualquer vestígio de sentimento, não deverá igualmente ser considerado prostituição?

De igual modo temos aquelas, e talvez a que nos custe mais a "engolir" moralmente, que o fazem pelo juntar do "útil ao agradável". Em que têm prazer na vida que levam, enfrentam a sexualidade sem moralismos ou preconceitos, sem ligar a critérios sociais (leia-se religiosos e dos bons costumes) pré-definidos que sustentam a sociedade (não no armário, mas sim no esgoto) em que vivemos.

Ou talvez estas ultimas sejam antes consideradas devassas, desavergonhadas ou safadas, que se entregam ao prazer descarado da carne. Ou como diria a minha querida avó, "tem fogo na periquita". Na outra face da moeda, claro está, que para nós homens é muito fácil, pois ter várias parceiras sexuais é sinal de virilidade, de macho mesmo, e motivo de orgulho, mas cuidado caros companheiros, porque nos dias em que correm, acho que tanto "comemos, como somos comidos!".

Penso que ao avaliar assim a prostituição estamos bem longe do problema, pois prostituição convencional ou de luxo, onde o que muda é a diferença de preços, esconde-se uma realidade de verás assustadora, pois homens e mulheres, seres como nós, estão do outro lado, e por vezes recorrem a esta vida pelo dinheiro fácil, sujeitando-se a coisas que nem nos passa pela cabeça, em troco do que rege a vida mundial: Dinheiro.

Há vida no lado de lá, e por vezes nessas vidas o que falta é a escolha. Assim é de louvar uma grande instituição como a Associação Ninho, que embora pouco conhecida tem vindo a dar a mão a quem a ela recorre, de uma forma notável e louvável.

O mais caricato é que os grandes valores sociais e morais, só servem para censurar e criticar... pergunto-me por onde anda o grande valor que devia ser o modelo de vida de todo o bom cristão, não hipócrita, AJUDAR O PRÓXIMO...

Talvez a caracterização correcta para a prostituição seja de facto a violação consentida. E em condições assustadoras. Talvez a legalização da mesma não seja a saída, mas de verás que será uma grande ajuda.

Etiquetas:

terça-feira, setembro 25, 2007

"Hoje, o tempo das dúvidas acabou."



Ban Ki-moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou num discurso apelativo e coerente que está de deixar de pensar e falar sobre o assunto e passar a acção.

Mais afirma que a forma utilizada pelos governos para lidar actualmente com as mudanças climáticas definirão o legado que deixamos para as futuras gerações e a ONU é o melhor palco para discutir as acções a por em prátrica!

"Se nós não agirmos agora, o impacto das mudanças climáticas será devastador. Nós temos medidas viáveis e tecnologias para começar a enfrentar o problema agora. O que nós não temos é tempo", afirma o secretário-geral, no maior evento alguma vez realizado pelas Nações Unidas para discutir o assunto.

"Hoje, o tempo das dúvidas acabou. O painel intergovernamental da ONU sobre mudanças climáticas afirmou de forma inequívoca o aquecimento do nosso sistema climático e o associou directamente a actividades humanas."

"A acção nacional por si só é insuficiente", acrescenta, "Daí a razão para enfrentar as mudanças climáticas num contexto global, que garanta o mais alto nível de cooperação internacional exigido. Este é precisamente o tipo de desafio global que para o qual a ONU está preparada."

Com estas palavras o secretário-geral da ONU defendeu, perante líderes e delegados de 150 países, incluindo 80 chefes de Estado, que se reuniram nesta segunda-feira na sede da ONU em Nova York para discutir como combater o aquecimento global, que os países façam todo o possível para que um novo acordo global já esteja em vigência em 2012, quando expira a primeira fase do Protocolo de Kyoto.

Uma visão realista do problema e da necessidade de agir o quanto antes, afim de por um travão aos acréscimo assustador da poluição global.

Que as suas palavras não as leve o vento...

Etiquetas:

sábado, setembro 22, 2007

Video da Semana

Daft Hands - Harder, Better, Faster, Stronger

Etiquetas:

sexta-feira, setembro 21, 2007

Fotografia


Fotografia de Robert Capa.
Tirada em 6 de Junho de 1944 (D-Day), no primeiro "assalto" à Omaha Beach.

Etiquetas:

Pensamento da Semana



A Sociedade é a Imagem do Homem

"O aperfeiçoamento da Humanidade depende do aperfeiçoamento de cada um dos indivíduos que a formam. Enquanto as partes não forem boas, o todo não pode ser bom. Os homens, na sua maioria, são ainda maus e é, por isso, que a sociedade enferma de tantos males. Não foi a sociedade que fez os homens; foram os homens que fizeram a sociedade.
Quando os homens se tornarem bons, a sociedade tornar-se-á boa, sejam quais forem as bases políticas e económicas em que ela assente. Dizia um bispo francês que preferia um bom muçulmano a um mau cristão. Assim deve ser. As instituições aparecem com as virtudes ou com os defeitos dos homens que as representam."

Teixeira de Pascoaes, in "A Saudade e o Saudosismo"

Etiquetas: ,

O Império ASAE


Desde Janeiro de 2006 que o Livro de Reclamações, passou a ser legalmente obrigatório, e embora por tempos continuasse ausente da esmagadora maioria dos estabelecimentos, por impossibilidade da Imprensa-Nacional Casa da Moeda em dar satisfação às milhares de solicitações que lhe foram dirigidas, é de crer que hoje em dia não se admite a falta em qualquer estabelecimento aberto ao público.

Numa loucura de caça à multa a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) tem sido imparavel, e só no primeiro semestre do presente ano, foram registadas cerca de 47 mil queixas em livros de reclamações, sendo que 32 mil dizem respeito à área de intervenção da ASAE. Ora isto traduzido em valores em que as multas podem ascender a quantias de verás aliciantes, podemos pensar que se de facto o sistema estiver correcto, os cofres do estado tem vindo a agradecer.

De acordo com a Secretaria de Estado da Defesa do Consumidor, a maioria das reclamações dos consumidores estão relacionadas com os serviços prestados em restaurantes e cabeleireiros.

A ASAE, a policia fiscal do nosso amado Estado, é responsável por multar tudo e todos aqueles que não cumprirem mais que rigorosamente todo o descomunal leque de regras, normas e regulamentações, que se vislumbram em "paletes" de decretos leis, portarias e despachos, de uns não menos poucos ministérios, secretarias de estado e direcções nacionais e regionais do e uma ou outra instituição, associação ou mais qualquer coisa que alguém se digne a inventar! E a melhor parte do oficio é pois o poder de selar e fechar tudo o que não se verificar de acordo com o seu mais caprichoso agrado, ou mais aliciante ainda passar as elevadas multas, decretadas por esse mesmo poder arbitrário e discriminatório.

Uns verdadeiros Taliban's do poder económico português (ou mais uma forma de obrigar o pessoal a apertar o cinto, se é que ainda existe cintura...)!


Por tudo isso e muito mais, meus caros comerciantes, haveis de vós prevenir, pois eles andam por ai, disfarçados e sem aviso prévio, entram e como um verdadeiro furacão, arrastam tudo o que podem e o que não podem! Ora e pergunto-me eu na minha ingenuidade... quando é que se ouvirá falar na fiscalização ao funcionamento dos organismos do próprio Estado??? Escolas, cantinas, Hospitais, centros de saúde ou qui sa a própria Assembleia da Republica, esta ultima creio ser bem cuidada... não fosse o plantem VIP que a frequenta...

De interesse: Alguma legislação sobre o Famoso Livrinho: www.apcmc.pt.


quarta-feira, setembro 19, 2007

Governo Polanês contra o dia Europeu contra a pena de morte


A UE, viu-se obrigada a afastar o intuito de criar o dia Europeu contra a pena de morte, após a Polónia opor-se à iniciativa, que como todos sabemos são a favor da pena capital para os crimes mais graves (63%).

Os argumentos apresentados, se por um lado têm a sua razão de ser, por outro caíram no exagero e na forte crítica às politicas Europeias.

É tido como assente que os países da UE não têm a pena capital, pelo que este argumento, de se considerar desnecessário a celebração de algo que não nos diz propriamente respeito seria um ponto de vista com algum fundamento... ou talvez não... A luta pelo bem da humanidade não se deve centrar no que apenas nos toca. Igualmente que nem todos as pessoas tem HIV, o que não as impede de participar e lutar contra a doença... mas claro este exemplo não seria o mais correcto uma vez que directa ou indirectamente também nos afecta. Mas penso que o cerne da questão é apto para desvendar um tanto da incrédula posição assumida.

Contudo para piorar as coisas, e independentemente das opiniões pessoais, a Polónia vai mais longe do que afirmar ser inútil celebrar um dia como este uma vez que nenhum país da UE não pratica a pena capital. E acusa a UE de promover o "abordo, estilos de vida destrutivos, e a eutanásia".

Uma posição que a Polónia assume, não se limitando a manifestar a inutilidade (quanto a si) dessa celebração, como uma posição racista e discriminatória para com outros assuntos que nos dias que correm tem vindo a ganhar espaço no debate europeu.

Se quanto à eutanásia e o aborto é um assunto delicado e que gera polémica devido ao bem "vida" estar em jogo, quanto ao apelidada "estilos de vida destrutivos", que penso que todos têm consciência ao que se refere, é de facto um atentado aos direitos de escolha dos Homens.

Contudo, a presidencia da UE, nas mãos de Portugal, irá em frente na realização de uma conferência internacional de alto nível, a 9 de Outubro, em Lisboa, para promover a abolição universal da pena de morte.

Resta recordar que Portugal, foi o primeiro País a abolir a pena de morte, Sec. XIX.

Etiquetas: ,

Férias Merecidas...

Ausentei-me durante uns 12 dias, numas belas férias a sul de França...

A ver se agora retorno com a mesma vontade que parti... :)