Aetate nostra

Alea jacta est

quinta-feira, outubro 11, 2007


Li há pouco tempo um pequeno artigo que convidava as pessoas a deixarem o seu veredicto quanto à "vida e obra" do conhecido Che Guevara, e não pude deixar de achar interessante as diversas opiniões que se formavam... para uns um heroi, para outros um sanguinario, e no meio de tantos elogios e criticas penso que ninguém se lembrou do que estava em causa.


Ora antes de deixar aqui o meu veredicto, deixo-vos o artigo:

Na sua opinião Che Guevara foi uma influência positiva ou negativa?

A morte de Ernesto Che Guevara, o médico argentino que deixou a profissão para aderir à guerrilha e tornou-se símbolo da luta contra a influência americana na América do Sul, completou 40 anos.

Depois de lutar ao lado de Fidel Castro na consolidação da revolução cubana, Guevara foi ministro em Cuba, mas resolveu deixar o gabinete para treinar guerrilheiros na África e na América do Sul.

Em 1967, Che Guevara foi morto no interior da Bolívia, depois de perseguição intensa.

Desde então, a figura de Che Guevara desperta idolatria e ódio.

Para muitos, Che era um defensor dos menos favorecidos, um símbolo da resistência à expansão da influência dos Estados Unidos no mundo.

Mas outros afirmam que, ao optar pela luta armada, Guevara incitou violência e acabou transformando-se num fora-da-lei.

Ele também é acusado de ter sido radical, arrogante e cruel com seus adversários. E seus ideais revolucionários já foram considerados fascistas e ultrapassados.

E você, como vê a influência de Che Guevara nas gerações que se seguiram ao líder revolucionário? Envie sua opinião.

Alguns dos comentários enviados serão utilizados no programa Panorama BBC que vai ao ar no domingo, às 13h00, pela rede CBN. Um especialista em América Latina vai analisar a actuação e o legado de Che Guevara.


In Forum do site da BBC

Bem, ficou levemente espelhado neste pequeno excerto a vida de um homem que independetemente do que se possa dizer marcou um povo.

Pouco sei sobre a vida deste senhor, para além dos contos que se dizem e das histórias que se contam, certo que os amantes idolatram-nos com as suas palavras da mesma forma que os restantes pintam um quadro bem diferente com as suas criticas.

Não sei se o que ele fez, foi o que devia fazer, se não havia outra saída, outro meio, muito menos sei se havendo outra forma ele a teria escolhido.

Não sei se os seus ideais justificam tamanhos actos de terror. Não sei se o mesmo foi impelido a esta guerra que tomou como sua e deixando de lado a riqueza e o bem estar preferiu uma vida de guerra e sangue.

Mas o que se perde entre os elogios e as criticas que vi formuladas é o verdadeiro sentido que se encontra por detrás da batalha… vidas… vidas de inocentes, ou até de culpados, mas mesmo assim vidas humanas.

O que difere este homem do Rei Afonso Henriques que expulsou de forma violente os mouros de Portugal, ou do Bin Laden, que de forma atroz derrubou as torres gémeas!

Cá para mim se os mouros fossem o problema do Che, ele não hesitava em correr com eles, dá mesma forma que acredito que se tivesse os meios, lá se iam as torres gémeas…

O desrespeito pela vida humana é latente em todos os guerreiros e heróis, pois de sangue se vestiram as ruas após as sua “revolução”.

Ter ídolos deste tipo só fundamentam o ódio e a revolta no Homem…

Os tempos evoluem mas os instintos animalescos do ser humano estão latentes no correr dos dias, e tudo se funde num único principio… a luta pelo poder, a ambição… a qualquer custo…

É fácil ser herói lutando por um ideal, se esquecermos os meios que essa luta requer…

Será que todos os meios justificam os respectivos fins?

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segunda-feira, outubro 08, 2007

Central de Reclamações das Finanças


Nem tudo são más notícias!

E ao que parece o Governo realmente viu que fazia falta um serviço especializado para receber queixas das repartições de finanças!

Claro que mais importante do que encontrar os meios para evitar as referidas queixas é mesmo arranjar um serviço especializado para recebe-las!

Não censuro a medida... mas tiro as minhas conclusões... é que pelos visto vão continuar a haver os estatísticas 50 mil razões para fazermos queixa dos serviços...

Noticia in Portal do Cidadão.

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Uma Visão...

Pouco ou nada sei, e pouco ou nada quero saber

Um visão de um burro a olhar para um palácio chamado politica.


Vivemos numa era aplaudida como democrática, à sombra de princípios tidos como justos e essenciais que na realidade se fundem única e exclusivamente com aparências.

Certo é que a aparência não é mais que uma forma de ocultar a realidade, e pelo pouco conhecimento que tenho, admito, mas pelo muito conhecimento de que sou rodeado, encontro poucos amigos que possam negar que em Portugal existe uma real crise de representação partidária, representação partidária esta que devia ser uma manifestação da nossa amada democracia.

Encontro-me hoje numa verdadeira encruzilhada, olho e volto a olhar sem que em nada veja uma luz ao fundo do túnel, ou antes uma realidade para além das muitas aparências que nos vendem, digno de uma verdadeira campanha de televendas das quatro da manhã e na televisão generalista.

Estamos em crise! Ou melhor estamos aparentemente em crise, e não serão estas aparências de crise simplesmente aparências?

Creio que há pois um indício subjacente a tudo isto que é de facto revelador, pois envolto nesta extrema aparência revela-se uma crise bem mais problemática, com razão de ser muito mais grave, do que aparentemente a olhos nus podemos avistar.

Ora, por um lado, vemos a confusão que envolve a liderança da proclamada “Direita partidária”, por outro delicada exuberância e unidade da “Esquerda”, e ponho-me eu a pensar, (eu que disto não percebo mesmo nada, repito) não serão estas ditames e reviravoltas apenas mais uma faceta descarada da medonha crise que toda, sem excepção, representação política esta a viver no presente momento, no nosso país?

É que realmente, volto a realçar, eu não percebo nada disto mesmo, mas se pudéssemos vira a mesa ao contrário, e os líderes governamentais passassem a representar a oposição e vice-versa, não teríamos somente uma troca de papéis? Em que as aparências nos poderiam indicar qualquer coisa diferente mas no fundo iria dar tudo ao mesmo?

Estou confuso… as classes partidárias, com raízes ideológicas e doutrinárias não deveriam revelar-se por pilares, muito peculiares, de estar, de representar a sociedade, o seu desenvolvimento a sua actuação entre outros?

Há pois, dizem por aí, duas faces, atrevo-me a dizer, da mesma moeda política partidária que distingue dois metais fortes incapazes de se fundir, mas que seriam perfeitamente moldáveis pelo mesmo elemento, o fogo da democracia. E “empinada” a moeda, diríamos que de um lado se vê a esquerda e do outro a direita. Tendo cada uma dessas faces detalhes e moldagens várias e próprias, enquadrando-se num verdadeiro azulejo de várias esquerdas e direitas.

E dizem também por ai que alegadamente as esquerdas apelam a uma realidade social mais igualitária, todos por um e um por todos, onde o poder e o direito é uma condição subjacente a qualquer cidadão, e as direitas defenderiam uma sociedade um tanto desigual, dar o poder a quem sabe trabalha-lo e os restantes receberiam em troca maior poder económico e politico, mas que perfeitamente se revê o principio de um por todos e todos por um, então, se assim o é fará sentido ainda distinguir os conceitos de esquerda e de direita?

Ah, para adensar as coisas nas saias destes conceitos temos ainda os latentes arquétipos opostos de sociedade, de fazer política e de nos presentear caminhos alternativos, os partidos mais pequenos.

E no meio desta salada russa toda os novos problemas e dificuldades não serão os mesmos mas com aparências diferentes?

Veja-se a injusta distribuição do poder e da riqueza, será que desapareceu ou apenas mudou de nome, e a vislumbramos na exploração do trabalho pelo capital? A industrialização do trabalho adensa-se e o consequente desemprego que aumenta. A sociedade instável e bipartida. As classes médias que se entregam irremediavelmente ao extermínio. Um selecto grupo de ricos e poderosos reúne-se em torno da Távola redonda do rei Artur, enquanto a plebe sobrevive cada vez com mais dificuldades e com menos direitos.

Perante a realidade que se vive digna dos tempos medievais será ainda certo falar-se em esquerda e direita? Ou na existência das mais variadas organizações partidárias, que se vêm hoje desprovidas de qualquer acerto ideológico ou doutrinário?

Vivemos integrados na Europa, numa Europa onde uma Alemanha é dirigida pelo grupo de partidos rivais que se uniram, e resta ao povo escolher o seu “Líder”. A França viu nos últimos anos o seu sistema partidário desmoronar e encontra-se numa fase de reedificação. A Itália, mais coisa, menos coisa, vai pelo mesmo caminho. Na Inglaterra, viva à confusão, desde os trabalhistas que põem de parte o “trabalhismo” e os conservadores que já não querem ser conservadores

E Nós?

Vivemos agarrados a uma época que só devia existir nos livros escolares. Temos um sistema completamente desadequado das nossas necessidades.

Os partidos políticos… bem, isso parece mesmo uma historia do tempo dos nossos avós… pois são antigos e antiquados, gastos, sem princípios nem ideais, mais parecem uma instituição publica.

O PS e o PSD, faz-me lembrar aqueles jogos das diferenças, do género: “Olhe lá para estes dois desenhos iguais e descubra as sete diferenças…” é difícil… mas acabamos por chegar lá… pequenos detalhes, mas estão lá!

Os restantes partidos, que não tem acento no banco do poder, o PCP e o Bloco de Esquerda, não chegam a ser mais do que uma ligeira manifestação de protesto. O primeiro assemelha-se a um sindicato, como uma ou outra manifestação pelas ruas, e o segundo cai no puro dramatismo, e mais parece uma irmandade.

Enfim…

Limito-me a não entender nada disto…

Mas mesmo um verdadeiro desentendido deixo aqui uma ideia… e que tal sermos um tanto mais radical e aderirmos à reciclagem? Agarrar nestes partidos todos, que querem exactamente o mesmo, e puff, fazer-se chocapick! E lá dar vida a uma realidade capaz de implementar uma política digna de se chamar democrata e dar vida a este país!

Será assim tão difícil ter ideias novas? Então e se se juntarem? Não há por aí um ditado que diz que uma cabeça pensa melhor que duas? Então quando mais cabeças melhor!

Portugal necessita de ser o tema central da nossa discussão politica! Não há remendo que lhe valha, esta na altura de matar o mal pela raiz e não se limitar a fazer pequenas reformas que só contêm o problema temporariamente. Precisamos de pensar português, e não em nós próprios. Aos senhores políticos, deixo aqui um pedido, de quem nada percebe de politica, sejam mais nacionalistas do que individualistas, guardem as vossas crises pessoais e partidárias no fundo da gaveta, e foquem-se no que realmente importa, que é levar o nosso país ao século XXI.

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sexta-feira, outubro 05, 2007

Citação da Semana

Existência, Corpo e Costumes, Como Eixos do Gosto

Na nossa actual maneira de ser, a nossa alma aprecia três tipos de prazer: aqueles que ela retira do próprio fundo da sua existência; outros que resultam da sua união com o corpo; e por fim, outros que radicam nos costumes e preconceitos que certas instituições, certos usos e certos hábitos lhe levam a apreciar.
São esses diferentes prazeres da nossa alma que constituem os objectos do gosto, como o belo, o bom, o agradável, o cândido, o delicado, o terno, o gracioso, o não sei o quê, o nobre, o grande, o sublime, o majestoso, etc. Por exemplo, quando sentimos prazer ao ver uma coisa que possui uma utilidade para nós, dizemos que ela é boa; quando sentimos prazer ao vê-la, sem dela abstrairmos uma utilidade manifesta, chamamo-la bela.

Baron de Montesquieu, in "Ensaio Sobre o Gosto"

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Fotografia da Semana

Fotografia de: Carolyn Cole
"FEW COMFORTS: Ester Burges, 6, Sarrah Barbar, 7, and Sabay Ndebe, 5, bathe from a bucket of cold water at the Hannah B. Williams center. the number of orphans in war-devastated Liberia now tops 10,000, officials say."

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