Aetate nostra

Alea jacta est

segunda-feira, outubro 08, 2007

Uma Visão...

Pouco ou nada sei, e pouco ou nada quero saber

Um visão de um burro a olhar para um palácio chamado politica.


Vivemos numa era aplaudida como democrática, à sombra de princípios tidos como justos e essenciais que na realidade se fundem única e exclusivamente com aparências.

Certo é que a aparência não é mais que uma forma de ocultar a realidade, e pelo pouco conhecimento que tenho, admito, mas pelo muito conhecimento de que sou rodeado, encontro poucos amigos que possam negar que em Portugal existe uma real crise de representação partidária, representação partidária esta que devia ser uma manifestação da nossa amada democracia.

Encontro-me hoje numa verdadeira encruzilhada, olho e volto a olhar sem que em nada veja uma luz ao fundo do túnel, ou antes uma realidade para além das muitas aparências que nos vendem, digno de uma verdadeira campanha de televendas das quatro da manhã e na televisão generalista.

Estamos em crise! Ou melhor estamos aparentemente em crise, e não serão estas aparências de crise simplesmente aparências?

Creio que há pois um indício subjacente a tudo isto que é de facto revelador, pois envolto nesta extrema aparência revela-se uma crise bem mais problemática, com razão de ser muito mais grave, do que aparentemente a olhos nus podemos avistar.

Ora, por um lado, vemos a confusão que envolve a liderança da proclamada “Direita partidária”, por outro delicada exuberância e unidade da “Esquerda”, e ponho-me eu a pensar, (eu que disto não percebo mesmo nada, repito) não serão estas ditames e reviravoltas apenas mais uma faceta descarada da medonha crise que toda, sem excepção, representação política esta a viver no presente momento, no nosso país?

É que realmente, volto a realçar, eu não percebo nada disto mesmo, mas se pudéssemos vira a mesa ao contrário, e os líderes governamentais passassem a representar a oposição e vice-versa, não teríamos somente uma troca de papéis? Em que as aparências nos poderiam indicar qualquer coisa diferente mas no fundo iria dar tudo ao mesmo?

Estou confuso… as classes partidárias, com raízes ideológicas e doutrinárias não deveriam revelar-se por pilares, muito peculiares, de estar, de representar a sociedade, o seu desenvolvimento a sua actuação entre outros?

Há pois, dizem por aí, duas faces, atrevo-me a dizer, da mesma moeda política partidária que distingue dois metais fortes incapazes de se fundir, mas que seriam perfeitamente moldáveis pelo mesmo elemento, o fogo da democracia. E “empinada” a moeda, diríamos que de um lado se vê a esquerda e do outro a direita. Tendo cada uma dessas faces detalhes e moldagens várias e próprias, enquadrando-se num verdadeiro azulejo de várias esquerdas e direitas.

E dizem também por ai que alegadamente as esquerdas apelam a uma realidade social mais igualitária, todos por um e um por todos, onde o poder e o direito é uma condição subjacente a qualquer cidadão, e as direitas defenderiam uma sociedade um tanto desigual, dar o poder a quem sabe trabalha-lo e os restantes receberiam em troca maior poder económico e politico, mas que perfeitamente se revê o principio de um por todos e todos por um, então, se assim o é fará sentido ainda distinguir os conceitos de esquerda e de direita?

Ah, para adensar as coisas nas saias destes conceitos temos ainda os latentes arquétipos opostos de sociedade, de fazer política e de nos presentear caminhos alternativos, os partidos mais pequenos.

E no meio desta salada russa toda os novos problemas e dificuldades não serão os mesmos mas com aparências diferentes?

Veja-se a injusta distribuição do poder e da riqueza, será que desapareceu ou apenas mudou de nome, e a vislumbramos na exploração do trabalho pelo capital? A industrialização do trabalho adensa-se e o consequente desemprego que aumenta. A sociedade instável e bipartida. As classes médias que se entregam irremediavelmente ao extermínio. Um selecto grupo de ricos e poderosos reúne-se em torno da Távola redonda do rei Artur, enquanto a plebe sobrevive cada vez com mais dificuldades e com menos direitos.

Perante a realidade que se vive digna dos tempos medievais será ainda certo falar-se em esquerda e direita? Ou na existência das mais variadas organizações partidárias, que se vêm hoje desprovidas de qualquer acerto ideológico ou doutrinário?

Vivemos integrados na Europa, numa Europa onde uma Alemanha é dirigida pelo grupo de partidos rivais que se uniram, e resta ao povo escolher o seu “Líder”. A França viu nos últimos anos o seu sistema partidário desmoronar e encontra-se numa fase de reedificação. A Itália, mais coisa, menos coisa, vai pelo mesmo caminho. Na Inglaterra, viva à confusão, desde os trabalhistas que põem de parte o “trabalhismo” e os conservadores que já não querem ser conservadores

E Nós?

Vivemos agarrados a uma época que só devia existir nos livros escolares. Temos um sistema completamente desadequado das nossas necessidades.

Os partidos políticos… bem, isso parece mesmo uma historia do tempo dos nossos avós… pois são antigos e antiquados, gastos, sem princípios nem ideais, mais parecem uma instituição publica.

O PS e o PSD, faz-me lembrar aqueles jogos das diferenças, do género: “Olhe lá para estes dois desenhos iguais e descubra as sete diferenças…” é difícil… mas acabamos por chegar lá… pequenos detalhes, mas estão lá!

Os restantes partidos, que não tem acento no banco do poder, o PCP e o Bloco de Esquerda, não chegam a ser mais do que uma ligeira manifestação de protesto. O primeiro assemelha-se a um sindicato, como uma ou outra manifestação pelas ruas, e o segundo cai no puro dramatismo, e mais parece uma irmandade.

Enfim…

Limito-me a não entender nada disto…

Mas mesmo um verdadeiro desentendido deixo aqui uma ideia… e que tal sermos um tanto mais radical e aderirmos à reciclagem? Agarrar nestes partidos todos, que querem exactamente o mesmo, e puff, fazer-se chocapick! E lá dar vida a uma realidade capaz de implementar uma política digna de se chamar democrata e dar vida a este país!

Será assim tão difícil ter ideias novas? Então e se se juntarem? Não há por aí um ditado que diz que uma cabeça pensa melhor que duas? Então quando mais cabeças melhor!

Portugal necessita de ser o tema central da nossa discussão politica! Não há remendo que lhe valha, esta na altura de matar o mal pela raiz e não se limitar a fazer pequenas reformas que só contêm o problema temporariamente. Precisamos de pensar português, e não em nós próprios. Aos senhores políticos, deixo aqui um pedido, de quem nada percebe de politica, sejam mais nacionalistas do que individualistas, guardem as vossas crises pessoais e partidárias no fundo da gaveta, e foquem-se no que realmente importa, que é levar o nosso país ao século XXI.

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