Trafico de Seres Humanos

Com séculos de existência, e por vezes esquecida e ignorada de forma a negar a sua continuidade nos nossos temos, o Tráfico de Seres Humanos vem, nas últimas décadas, e particularmente nos últimos anos, tornando-se um problema de dimensões cada vez maiores, acentuando a sua permanência nos nossos dias de forma inegável e incontrolável.
O Tráfico de Pessoas é realizado com os mais diferentes propósitos. Além da exploração na indústria do sexo a forma mais disseminada e denunciada, que abarca seres de idade variada, e engane-se quem pensa que apenas de mulheres estamos a falar, pois em diversas partes do mundo, criança de ambos os sexos, são vendidas pelas próprias famílias com essa finalidade, de serem exploradas sexualmente, existem outros destinos para as vítimas: trabalho sob condições abusivas, mendigagem forçada, servidão doméstica e doação involuntária de órgãos para transplante também contêm listas irreais de casos existentes.
Uma prática que ignora o sexo, a idade, a cor, a etnia, a religião, a nacionalidade.
Com uma frequência quase diária, a comunicação social revela-nos casos de raptos e exploração em todas as partes do mundo, e são esses apenas os casos que nos chegam, pois muitos outros haverá que ou por falta de interesse dos jornais, que visam o consumismo e os números de vendas, ou por ficarem no escuro pelo consentimento e cooperação das famílias, ou simplesmente por ser corriqueiro no meio onde se verifica permanecem na penumbra do desconhecimento glogal.
Das aldeias do Himalaia às cidades da Europa Oriental, milhares de pessoas são atraídas pela expectativa de um trabalho bem remunerado noutros países. Os traficantes recrutam as suas vítimas por meio de falsos anúncios, desde catálogos de noivas enviados pelo correio a encontros casuais, onde a Internet veio a dar largas a uma maior acessibilidade do meio de atracção ao “inferno” do tráfico humano.
Quando chegam aos seus destinos, as vítimas passam a ser controladas pelos traficantes, enquanto são exploradas para a obtenção de recursos ilícitos, seja exploração sexual, trabalhos domésticos, formação de exércitos, entre outros. Muitas ficam confinadas fisicamente, os seus documentos de identidade e passaporte são-lhes retidos e são ameaçados, juntamente com suas famílias, em caso de não cooperarem. Mulheres e crianças são forçadas a trabalhar como "vendedores de sexo".
Crianças vítimas do tráfico dependem dos traficantes para obter comida, moradia e outras necessidades básicas. Os traficantes também se aproveitam do medo das vítimas de que poderão ser processadas ou deportadas pelas autoridades do país estrangeiro caso peçam ajuda.
O tráfico de seres humanos é um problema global. Mas a falta de uma pesquisa sistemática dificulta a obtenção de informações confiáveis sobre a questão, o que possibilitaria análises comparativas e planeamento das medidas necessárias para enfrentar o problema, é o principal entrave a um controlo de uma realidade cada vez mais lucrativa.
De acordo com os dados divulgados em Maio do presente ano pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), mais de 2,4 milhões dos trabalhadores forçados em todo o mundo são vítimas do Tráfico Internacional de Pessoas.
No relatório global da OIT sobre trabalho forçado também se verifica que 43% das pessoas traficadas são usadas na exploração sexual comercial e que o tráfico rende lucros globais de mais de 31 biliões de dólares por ano.

Portugal, não é excluído destes números assustadores. Num momento em que o país se rendeu ao caso da pequena Madeleine MacCan, dando um protagonismo ao caso perfeitamente incompreendido pelas famílias portuguesas que se viram em situações semelhantes onde o medianismo foi nulo, o DN de hoje revela-nos um artigo dedicado ao tema: “Tráfico de pessoas em Espanha e burla na Holanda”.
É difícil não acreditar que está é apenas uma ponta solta de um novelo de lã que atinge dimensões alheias a qualquer estatística.
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